CLT - CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO
TRABALHO
Decreto-Lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943.
Seção II
Da Jornada de Trabalho
Art. 58. A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de oito horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
§ 1°. Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.
§ 2°. O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução.
§ 3°.
Poderão
ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio de
acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador,
em local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o tempo médio
despendido pelo empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais.
§ 1º. O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral.
§ 2º. Para os atuais empregados, a
adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a
empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva.
Art. 59. A duração
normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente
de duas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato
coletivo de trabalho.
* Vide Enunciados 56, 63, 76, 109, 110, 115, 118, 172, 215, 253, 264, 267, 287 do TST.
§ 1°. Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar,
obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora suplementar, que será, pelo
menos, 20% (vinte por cento) superior à da hora normal.
* Vide Enunciados 226 e 264 do TST.
§ 2°. Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força
de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado
pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período
máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja
ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.
* Vide Enunciado 85
do TST.
§ 3°. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha
havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do parágrafo
anterior, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas,
calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão.
§ 4º. Os empregados sob o regime de
tempo parcial não poderão prestar horas extras.
Art. 60. Nas atividades
insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados do capítulo Da
Segurança e da Medicina do Trabalho, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas
mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho,
as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação
dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridade
sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal
fim.
Art. 61. Ocorrendo
necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder o limite legal ou
convencionado , seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à
realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar
prejuízo manifesto.
* Vide art. 501,
CLT
* Vide Enunciados 215 e 291 do TST.
§ 1°. O excesso, nos casos deste
artigo, poderá ser exigido independentemente de acordo ou contrato coletivo e deverá ser
comunicado, dentro de dez dias, à autoridade competente em matéria de trabalho, ou,
antes desse prazo, justificado no momento da fiscalização sem prejuízo dessa
comunicação.
§ 2°. Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a
remuneração da hora excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de
excesso previstos neste artigo, a remuneração será, pelo menos 25% (vinte e cinco por
cento) superior à da hora normal, e o trabalho não poderá exceder de doze horas que a
lei não fixe expressamente outro limite.
§ 3°. Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante da
causas acidentais, ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua
realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo necessário pelo
tempo necessário até o máximo de duas horas, durante o número o número de dias
indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de dez horas
diárias, em período não superior a quarenta e cinco dias por ano, sujeita essa
recuperação à prévia autorização da autoridade competente.
Art. 62. Não são abrigadas pelo regime previsto neste capítulo:
I - os empregados que exercem atividade
externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser
anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de
gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os direitos e
chefes de departamento ou filial.
Parágrafo único. O regime previsto neste capítulo será aplicável
aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de
confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor
do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento).
Art. 63. Não haverá
distinção entre empregado e interessados, e a participação em lucros e comissão,
salvo em lucros de caráter social, não exclui o participante do regime deste Capítulo.
Art. 64. O
salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o
salário mensal correspondente à duração do trabalho, a que se refere o art. 58, por
trinta vezes o número de horas dessa duração.
* Vide Enunciado 264, do TST.
Parágrafo único. Sendo o número de dias inferior a trinta,
adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias de trabalho por mês.
Art. 65. No caso do empregado diarista, o salário normal será obtido dividindo-se o salário diário correspondente à duração do trabalho, estabelecido no art. 58, pelo número de horas de efetivo trabalho.